Gastronomia do Espírito Santo

A gastronomia capixaba é produto de muitas influências dos habitantes locais, como indígenas, portugueses, africanos e imigrantes europeus. A tradição pesqueira e a herança da cultura indígena e negra influenciaram profundamente a culinária capixaba. Com a vinda de imigrantes europeus, novos pratos foram acrescentados à cozinha capixaba.

Dos italianos, que exerceram maior influência, temos o anholini, o tortei, a sopa pavese, o risoto e a polenta. Dos alemães, recebemos uma culinária à base de batatas e carne de porco. Os portugueses deixaram sua marca com as delícias dos pratos à base de bacalhau, azeite, batata e doces feitos com ovos. Mineiros também trouxeram de suas terras pratos típicos, como o péla-égua e o feijão tropeiro.

Com a dificuldade de encontrar determinados ingredientes, receitas foram modificadas, ganhando um sabor bem brasileiro. Alimentos também foram surgindo: pães, bolos, tortas, doces, geleias, licores, queijos, ricotas e embutidos fazem hoje a delícia da culinária capixaba. Surgiram ainda o brote, típico pão alemão; o socol; a broa de milho; o bolinho de arroz; o bolo de aipim com coco; a papa de milho verde; o biscoito de nata e de polvilho; o pudim de leite; o arroz-doce; a cocada, o beiju, o cuscuz e a mentira.

Pratos típicos

Entre as comidas típicas do Espírito Santo estão a moqueca e a torta capixaba. Famosa internacionalmente, a moqueca capixaba é o prato mais conhecido da culinária do Estado. Logo em seguida vem a torta capixaba, preparada com vários frutos do mar, como siri desfiado, camarão, ostra e sururu, além de bacalhau e palmito, sendo tradicional durante a Semana Santa.

Caranguejo é muito requisitado na culinária capixaba. A técnica de catar o crustáceo é a mesma que já utilizavam os indígenas, fartos comedores de caranguejo: vai-se com lama até os joelhos e cata-os no tato e no jeito, para que os dedos não sejam aferroados pelas puãs.

Dia da Moqueca

O prato típico mais tradicional da gastronomia do Espírito Santo, a moqueca capixaba, tem seu dia especial de comemoração e degustação. A homenagem foi criada através da Lei Municipal 8.213/2012, que instituiu o Dia da Moqueca no município de Vitória em 30 de setembro. A Lei teve inspiração na frase do jornalista e escritor Cacau Monjardim: “Moqueca é capixaba. O resto é peixada”.

A frase surgiu entre os anos 1970 e 1971, após uma viagem do jornalista à Bahia. Então presidente da extinta Empresa Capixaba de Turismo (Emcatur), entre uma reunião e outra, os baianos levaram o profissional para saborear a culinária local. Ao provar a moqueca baiana, Cacau estranhou o sabor e alegou que o prato era muito pesado.

Vale ressaltar ainda que a Lei Estadual 7.567/2003 institui a moqueca como comida típica do Espírito Santo.

Carne de Sol

Outra delícia capixaba é a carne de sol produzida nos municípios de Montanha, Pinheiros, Mucurici, Ponto Belo, Conceição da Barra, Pedro Canário e Boa Esperança. O produto conta com a Indicação Geográfica (IG) concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O IG identifica a origem do produto ou serviço quando o local tenha se tornado conhecido ou quando determinada característica ou qualidade do produto ou serviço se deve a sua origem.

Polenta

A polenta nas suas mais diversas versões é a grande atração de um dos mais tradicionais eventos do Espirito do Santo, a Festa da Polenta realizada  no município de Venda Nova do Imigrante, na Região Turística Montanhas Capixabas. A atividade é organizada pela comunidade local sendo o grande atrativo o Tombo da Polenta onde um grande caldeirão é içado, derramando a polenta que é servida para o público.

A primeira Festa da Polenta aconteceu em 1979 sob a coordenação do Padre Cleto Caliman reunindo cerca de 150 pessoas em um almoço familiar.

Hoje a Festa da Polenta conta com mais de 1.500 voluntários cadastrados em diferentes equipes, todas de grande importância para o funcionamento da Festa.

Informações: www.festadapolenta.com.br